Os nossos Padroeiros

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Santa Maria é a mais ilustre de todos os santos, por ser a mãe de Jesus (Deus).

Na nossa Paróquia a sua imagem do séc. XV tem o título de “Nossa Senhora da Encarnação”.

“Nossa Senhora” porque ela é para nós a Senhora, a Rainha do Céu, aquela que é modelo da Igreja e intercede por nós junto do seu Filho. “Da Encarnação” porque foi nela que Deus encarnou, que assumiu a nossa condição humana.

Como o dia próprio desta festa em honra de Santa Maria é o 2 de Fevereiro, ela aparece associada à festa da Apresentação de Jesus no Templo. Em muitas igrejas de Portugal ela é invocada neste dia como “Senhora das Candeias” porque habitualmente se faz uma procissão de velas evocando o título de “Luz das Nações” atribuído por Simeão ao seu Filho Jesus.

 

SÃO BRÁS (bispo e mártir)img_9329

No dia 3 de Fevereiro a Igreja lembra a vida santa de Brás, homem venerado tanto no Oriente como no Ocidente pelo testemunho da sua vida e como intercessor pelos doentes.

São Brás nasceu na Arménia, no século III, foi médico e bispo em Sebaste. Como profissional na medicina usava dos seus conhecimentos médicos para resgatar a saúde do corpo, mas também a da alma, pois preocupava-se em evangelizar os pacientes.

No tempo de São Brás aconteceu uma forte perseguição religiosa, e ele, como bispo procurou exortar os seus fiéis à firmeza da fé.

Numa mistura de lenda e tradição, diz-se que quando foi descoberto pelos soldados que o procuravam gritou: “Sede benditos, vós trazeis-me uma boa-nova: que Jesus Cristo quer que o meu corpo seja imolado como hóstia de louvor”.

Já processado e condenado, São Brás enfrentou muitas torturas sem trair a fé em Jesus, até ser morto em 316. Cf. PALACÍN S.J.; PISANESCHI, Santo nosso de cada dia, rogai por nós!, São Paulo: Loyola, 1991)

Na nossa Paróquia da Benedita, São Brás deve ter sido associado à festa de Santa Maria simplesmente pela proximidade das datas das celebrações litúrgicas (2 e 3 de Fevereiro).


Festa dos Padroeiros

Como chegámos à “Festa dos Padroeiros”?

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A Festa dos Padroeiros da Paróquia da Benedita, tem origens muito remotas. Esta festa nem sempre teve esta designação, porém a sua origem parece ter a ver com a presença dos Monges de Cister. O Mosteiro de Alcobaça (foi fundado por iniciativa do primeiro rei, D. Afonso Henriques, por doação datada de 1153), é dedicado a Santa Maria, pois o fundador desta ordem, S. Bernardo de Claraval (1090–1153), tinha uma profunda devoção a Santa Maria. Muito provavelmente a devoção terá sido transmitida pelos monges de Cister ao povo da Benedita (relacionado com a Bendicta que tem a ver com S. Maria) por isso a primeira designação desta festa era «Festas de Santa Maria». Não se deve ignorar entre nós a forte experiência que terá tido a lenda de Nossa Senhora da Benedita, da sua aparição junto à fonte da Senhora e os seus sinais. No final da Idade Média e com o Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, surgem muitas outras invocações sobre Santa Maria. Não se sabem bem quando se começou a chamar Nossa Senhora da Encarnação, contudo a imagem da Virgem padroeira que amamenta o menino Jesus, é a imagem teológica da Igreja que alimenta os seus filhos, com o “leite” da fé. Mais tarde, com a proliferação da devoção ao S. Brás, muito típico do Oeste do Patriarcado, passou a ter a designação de «Festas de Santa Maria e de São Brás». Como surgiu a devoção a São Brás? Provavelmente terá a ver com auxílio que este Santo oferecia àqueles que o invocavam e tinham problemas de garganta (como nos conta história de S. Brás que salvou uma criança de morrer engasgada), assim como curar problemas respiratórios. Não será difícil de compreender que a necessidade de recorrer à sua devoção era muito preciosa quando se viam em aflições, sobretudo nos tempos de pestes e pandemias. Assim se espalhou no Oeste rural esta grande devoção, nomeadamente em Alenquer, Cadaval e Arruda dos Vinhos. Com a implementação do NIP (Nova Imagem da Paróquia) a divisão territorial da Paróquia da Benedita em 13 zonas, foi fruto da metodologia e assim a nossa Festa se transformou, pouco a pouco, na «Festa dos Padroeiros». A maior parte das zonas com os seus padroeiros vêm à Paróquia para celebrar a sua comunhão com todas as realidades existentes. Aqui se aplica aquilo que o Papa João Paulo II dizia: «Fazer da Paróquia, a Comunidade das comunidades». Ao longos dos séculos e anos, a Festa dos Padroeiros, é hoje a festa que congrega todas as zonas da freguesia e assim atrair para os paroquianos graças e bênçãos. Nela consagramos as mães e os filhos, abençoando os bebés e mães grávidas. É uma tradição muito forte e vêm crianças de diversos sítios. Celebramos o Domingo mais próximo da Solenidade da Apresentação do Senhor no templo que liturgicamente é celebrado no dia 2 de Fevereiro; a memória de São Brás é celebrada no dia 3 de Fevereiro. A nossa festa de Santa Maria e dos Padroeiros, é muito mais do que uma festa popular ou religiosa. É acima de tudo, a celebração da identidade da Benedita que jamais poderá ser apagado. Por isso os invocamos e lhe pedimos as suas intercessões, a fim de que, todos um dia, nos possamos juntar e contemplar aquela santidade que só Deus resplandece e da qual participamos.

Pe Gianfranco